sexta-feira, 13 de abril de 2012

Amor que não se pode!

Foi como seguir uma estrada onde não existe desvios, nem atalhos.
Foi talvez como correr em direção ao nada e tudo ao mesmo tempo.
Foi como viver a mentira que eu mesma inventei e acreditei.
 Eu nunca escolhi que acontecesse, eu não desejei desejar, eu não queria querer... mas quis, desejei, almejei e cá estou..
 Te descobri assim do nada... o que era normal tornou-se especial... te descobri assim como uma criança que nunca comeu chocolate... como uma criança que aprende os primeiros passos, muito novo, arriscado mais prazeroso.
Fui  instruído a seguir seus movimentos, desenhar seus traços com a fôrma de sua voz, arriscar os primeiros olhares sem entender ao certo o significado, quem me diz nessas horas só pode ter sido o coração deixando ser ludibriado pelo frio na barriga, não acreditando nas interferências da razão.
Fui alfabetizado em você, minhas primeiras palavras soletradas, minhas primeiras descobertas foi você . Graduei-me para atrair sua atenção, noites e noites tentando anlisar a sua tese, dias e dias de pernas para o ar tentando sentir o gosto ainda não sentido, o toque ainda não tocado... o cheiro que eu recriava em minhas expectativas de encontro...  e então o que não se esperava aconteceu:  sua atenção me fez desviar os gestos e caminhos que não apontavam mais em sua direção, foquei tanto em você que o que de tanto querer a imagem imbaçou  - quando se está apaixonado, o que menos importa é o resto do mundo e o resto do mundo nessas horas enchergam a realidade e nós meros espectadores de nós mesmo vemos aquilo que queremos, sem medo e sem culpa.
Minha amizade foi de todas, a melhor, a mais sincera, a mais carinhosa, aquela que realmente deseja o teu bem. Quase uma obra de arte adolescente, disfarce ideal a quem ousa ir adiante sem ser notado.
Uma tática talvez, impensada, sem maldades... na verdade só sonhos!
Abasteci meu desejo, meus anseios, minhas vontades, meu querer  sem saber exatamente o que usar como combustível, te transformei em um segredo  absurdo sem chave,  para esconder  o que sempre esteve estampado em meus olhos tímidos e atentos.  Minha dor de estar perto e longe  é o livro  que guarda nossa história, essa nossa história que é só  minha. Escondi  os beijos, o nosso amor, as promessas, dias só nossos, só revelei pra mim mesma o que era pra ter te falado, trancafiei dentro de mim  os sonhos que também poderiam ser seus.
 Guardo o que não aconteceu.
Aperfeiçoei-me de você para tentar te conquistar, nadei contra correntezas mesmo sem ao menos saber nadar, fui ao lugar mais distante de mim sem saber  o caminho de volta, me arrisquei.  O amor não usa mapa.
 Hoje, meu corpo não a procura mais como aventura, abrigo para noites frias e solitárias. Hoje ele  aguarda nosso próximo e episódio... como um novo, algo que só aconteceu em meus pensamentos . Adivinho nossa história em letras de músicas. A insistência em te esquecer é a prova que concreta que sou frágil em não te querer, mas forte em te amar, a inutilidade de me provar que eu deveria te esquecer por razões, mas não quero lutar contra quem sou .Venci todo esse mau tempo, os monstros que criei eu mesmo os derrotei.
Mas uma coisa só eu digo... não troco minha vida recriada por um dia de verdade sem a essência que me move.